quarta-feira, 26 de abril de 2017

A BELA E A FERA A VERDADE POR TRÁS DOS CONTOS DE FADAS!!


Definindo esse post: altas revelações. O conto que, para mim, teria a verdade por trás mais fraca, se tornou o principal. Nem acredito que eu quase considerei não fazer um especial sobre A Bela e a Fera. Só para dar uma ideia: você já viu mil versões de A Bela e a Fera sem se dar conta, tem a ver com mitologia grega (e Percy Jackson), é o conto de fadas da agressão doméstica (alguém aí gosta da trilogia Millennium?) e, só para completar, é o conto que foi difundido - e meio criado - por MULHERES! E até agora eu nem sabia que havia mulheres relevantes assim no passado... Só para completar, esse post ainda é o exemplo ideal de como os contos de fadas são escritos.

A Bela e a Fera desde o início foi o maior enigma para mim. Afinal, de onde veio essa história? Eu sabia que não era dos irmãos Grimm, nem tinha exatamente a mesma origem do que os outros conto que nós mostramos durante o mês. E também não lembrava de ouvir nenhum boato sobre a verdade obscura por trás das linhas. Só para completar, A Bela e a Fera é um dos contos de maior sucesso. Como assim?!?!

A verdade que nós descobrimos por trás de A Bela e a Fera é que... Na verdade, é o conto mais peculiar de todos. E provavelmente o mais antigo. Talvez a verdade não acabe totalmente com a sua infância. Mas vai mudar como você vê.

Mentira, ela vai acabar sim com a sua infância, como acabou com a minha quando escrevi esse post.

Para começar, mesmo que não tenha nada de estupros (será?) ou outros tipos de violência grotesca desnecessária, junto com Chapeuzinho Vermelho, A Bela e a Fera continua sendo um dos meus preferidos. Por quê? A essência da história é uma ótima metáfora. A garota que vê o lado bom na Fera. Se a Lady Gaga, ou qualquer um nessa onda de "aceite quem você é", fosse escolher um conto. Com certeza seria esse.

E essa essência tem aparecido de mil modos. Não só nas adaptações diretas, como em Once Upon A Time (genial!) e no filme Fera. Crepúsculo ressoa essa ideia. "Uh, é claro, aquela porcaria copia tudo...". Sim, igual fizeram em O Fantasma da Ópera, O Corcunda de Notre Dame e até King Kong.

Mas a parte interessante é que... a história começa lá atrás, na Mitologia Grega, com a história de Eros e Psique.

A transformação




pra quem gostou domito de
        Eros e Psique, recomendo que veja as pinturas de Denis Maurice retratando a história.  
São lindas, vale a pena conferir! 
Começamos com a história de Eros e Psique, encontrada escrita por Apuleius em seu trabalho "O Asno de Ouro". No mito, Psique é uma jovem tão bela que Afrodite fica com inveja e manda seu filho, Eros, dar um jeito nela. Mas ele também se apaixona por Psique, enfurecendo sua mãe. Quando o pai da menina, desesperado por ela não encontrar um marido, vai se consultar com o oráculo, Eros intervém dizendo que ela está destinada a casar com uma horrível serpente e que deveria ser abandonada no alto de uma montanha. De lá ela vai parar em um grande castelo onde toda noite o marido aparece para se deitar com ela. Mas Psique é proibida de olhá-lo. Instigada pelas irmãs ciumentas e com medo de que seu amado marido seja uma serpente ou outro ser monstruoso, ela acaba olhando Eros durante à noite com uma lamparina à vela. Nesse momento, ele acaba acordando com uma gota de cera quente que cai sobre ele e, revoltado por Psique tê-lo desobedecido, vai embora. Depois ela começa uma aventura estilo Percy Jackson para recuperar seu amor e ficar de bem com Afrodite. (Curiosidade: Psique, na mitologia, representa a alma - alguns dizem que a história é sobre o desenvolvimento da alma).

Com o tempo isso acabou virando a história de Eros, que descumpriu a ordem de Afrodite, foi transformado em uma horrível serpente, e ficava no castelo tentando ganhar a confiança de sua amada Psique. Sem esses nomes, é claro.

Essa versão da Fera como serpente pode ser encontrada em muitos contos de fadas. Seja um conto popular francês, um na Rússia chamado "The Enchanted Tsarevitch" e até na China, "The Fairy Serpent”.


Versões mais recentes


Já lá para idade média, no século 16, o italiano Straparola (Giovanni Francesco) contou a história do “Re Porco” (Rei Porco), um homem bruto que recebeu esse nome não por ser realmente um porco, mas por ter um comportamento de porco em relação a mulheres. Uns 100 anos depois, outro italiano contador de histórias incluiu >quatro< contos do estilo de A Bela e A Fera em seu Il Pentamerone (1646).



Na Escandinávia outro conto parecido foi encontrado, “East of the Sun and West of the Moon”. Nessa história a fera é um urso branco, mas que vai para a cama de Bela como um homem toda noite. Como no caso de Psique, a moça está proibida de olhar para o seu amado. E, também como no mito, há uma forte ênfase no lado sexual dessas versões.

Nesse ponto é que eu paro e fico pensando. Essa história de urso, porco, serpente e idade média... Fico imaginando pobres garotas que eram "atacadas" por homens desconhecidos em suas camas e eram obrigadas a não olhar quem era. Talvez fosse seu pai, algum velho, o senhor do castelo, alguém realmente muito ruim. Isso me lembra Os Homens que Não Amavam as Mulheres.

Voltando! Agora chegamos a 1697 com Charles Perrault (junto com os Grimm e Andersen, que reuniram os principais contos que você conhece). Ele reuniu o conto “Riquet a la Houppe” na compilação “Histoires ou Contes du Temps Passé”. Essa versão de A Bela e a Fera é a única que o leitor é deixado para descobrir a questão: A Fera realmente se transforma em um homem bonitão ou apenas parece que se transforma aos olhos da mulher?

Posso interromper outra vez? Agora eu realmente vejo isso como o caso de estupro e violência doméstica. Daqueles que a mulher (ou homem!) apanha tanto e é tão castigado que no fim passa a proteger o agressor. Eu acabei de destruir um dos meus contos preferidos. Obrigada, gente.

A versão de A Bela e a Fera mais conhecida hoje em dia

Em 1740 uma mulher... Sim! Uma MULHER! Gabrielle-Suzanne Barbot de Gallon de Villeneuve escreveu “La Jeune Amériquaine, et les Contes Marins”, uma série de contos para entreter seus amigos, não crianças (imagina lá aquele bando de nobre francês).

Um desses contos se tornou a versão de A Bela e a Fera que conhecemos hoje em dia. E era bem maior do que a versão conhecida, ela incluía a história dos dois protagonistas - Bela na verdade era descendente da realeza, ele é um príncipe amaldiçoado - e várias sequências de sonhos.


Fera javali? Então tá, né... Ilustração de Walter Crane,
datada de 1875. Pensando bem, até que o artista
teve uma visão interessante das personagens...
Cinco anos depois, OUTRA MULHER, Jeanne-Marie Le prince de Beaumont, foi para a Inglaterra e virou tutora e escritora. Em 1756, ela fez uma versão curta da história da primeira, deixando de fora toda a genealogia, maior parte dos sonhos e terminando com a transformação da Fera. Essa versão foi publicada com outros contos em "Magasin des Enfants". Essa é a versão mais conhecida que serviu de base para outras interpretações, inclusive as que conhecemos hoje, como a da Disney.(Curiosidade: nem no conto da Villeneuve ou da Beaumont a Fera é descrita. Isso deixa abertura para muitas possibilidades. As mais comuns são javalis, leões e até algumas parecidas com elefante).

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É isso, gente! O post de hoje teve um foco um pouco diferente dos outros, mas acho que valeu a pena mostrar algo além daquelas mensagens por trás das linhas. Afinal, um conto com uma história tão antiga e rica em detalhes merece ser lembrada, não é? 

Enfim. O mês pode ter acabado, mas esse assunto polêmico ainda vai render muitas conversinhas por aqui. Pode apostar que vai... *suspense* 



Uma rosa pra finalizar o post. Porque não dá pra falar de A Bela e a Fera sem citar esse símbolo em algum momento... 

fonte:http://www.conversacult.com.br




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